"Pipoca" é a gíria militar dos EUA para bombas de fragmentação. Uma analogia sagaz, e também brutal. O design básico das bombas de fragmentação é uma cápsula profunda contendo centenas de "pequenas bombinhas", variando de acordo com modelo e desenho. Essas pequenas bombinhas são espalhadas, e a área afetada pode chegar a três campos de futebol. As bombas de fragmentação são conhecidas pela alta probabilidade de deixarem para trás bombas não detonadas mas ainda em funcionamento. Absurdamente, alguns fabricantes dessas bombas decidiram dar a elas cores brilhantes, em uma alegada tentativa de diminuir os riscos, ao tornar os restos mais visíveis para os civis. Para surpresa de ninguém, o resultado é que as cores brilhantes recém-introduzidas apenas pioram a situação, pois são atraentes para as crianças. Um pesadelo bem conhecido das crianças afegãs e vietnamitas, para citar algumas, quanto mais dos governos do mundo. Ainda assim, as bombas de fragmentação estão entre as armas "legítimas".
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.O país escondido
Jânio de Freitas - Folha de S. Paulo
Na recusa ao banimento de bombas de fragmentação, o Brasil alinhou-se a Estados Unidos, Israel e Rússia
A RECUSA do governo Lula a juntar o Brasil aos 92 países do tratado contra fabricação, uso e venda de bombas de fragmentação -armas terríveis contra populações civis- aponta em várias direções inquietantes.
BRASIL CONTRA OS DIREITOS HUMANOS. Em reunião da ONU na Noruega o Itamaraty, seguindo orientação do Ministério da Defesa, anuncia que o Brasil é contra a proibição da fabricação e emprego das bombas de fragmentação (cluster bomb), sob o argumento que são importantes para a "segurança nacional". Interesses econômicos e militares brasileiros, já que o Brasil produz e exporta essas bombas, acabam dominando a posição do governo brasileiro. Esta é um tipo de bomba que mata e mutila civis. Desde 1965 a sociedade civil mundial tenta banir esse tipo de armamento, mas ditaduras e governos retrógrados impedem. É uma bomba barata de se produzir e que dá grandes lucros no Brasil e já matou ou mutilou mais de 100.000 civis desde 1965. Essa bomba nem sempre explode quando lançada, se fragmenta e vira uma mina terrestre. 1/3 das pessoas mortas e mutiladas por esse tipo de armamento quando vira mina são crianças. Maior interessada é uma empresa estatal, a IMBEL
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O senador Valter Pereira reconheceu que qualquer país precisa de Forças Armadas e que seria ingenuidade pensar que o pacifismo do Brasil justificaria abrir mão de armamentos e organizações militares. Ele assinalou que o Brasil tem um vasto território, é objeto de muita cobiça e tem fronteiras vulneráveis.
"- Todavia, as demandas militares e os apetites comerciais não podem justificar a exacerbada liberalidade na produção e transação de armamentos"
Brasil
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