segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Itacaré

Itacaré, há muito, perdeu a fama de aldeia distante de tudo, só freqüentada por surfistas aventureiros. Foram eles que a colocaram no mapa e são eles as suas atrações até hoje. Embora com casas simples, ruas calçadas e até um aspecto mais feio na praia da Coroinha, onde encontramos o mesmo esgotão desaguando na areia, formando uma grandemancha escura, que fica ainda  mais feia na maré baixa, a cidade tem seu charme.

Na zona urbana, o turista encontra os contrastes das casas antigas, transformadas em charmosos estabelecimentos comerciais (restaurantes, lojas, butiques e pousadas). No entanto, há também a simplicidade poética do morador tradicional, que ainda comercializa banana a precinhos de R$ 0,50, a dúzia, com os produtos expostos na janela, como o faz, na Rua Lodônio Almeida, seo Álvaro Tiago Silva, de 76 anos. "Já vai? Não vai comprar! diz ao ver que a pergunta do preço foi apenas curiosidade.

Ao lado, uma butique.  O que mais sai? "Ah, o chinelo", revela a comerciária Simone de Jesus, 22 anos, do Bazar Universal. Em outra rua, a Pedro Longo, continuação da Lodônio após a Praça Santos Dumont, que também recebe a denominação de Pituba, a grife D'Afrique vende bijuterias finas, de pedras vulcânicas, de cair o queixo, tanto pela beleza como pelo preço.

Além da presença cultural dos grupos de capoeira, das ONGs que promovem a dança e o artesanato, a cidade tem sua igreja histórica, dedicada a São Miguel, localizada na pracinha, descaracterizada por um inacabado Memorial do Cacau que não sai (em sentido figurado) do lugar há anos. Embora a escadaria, construída onde era a ladeira que unia a praça à rua da praia, seja útil, formando um conjunto estético com a construção histórica, o memorial inacabado e as pilastras ainda sem cobertura dão um aspecto desagradável.

Defronte à igrejinha, fica a foz do Rio de Contas, que desce da Chapada Diamantina para desaguar em Itacaré. Subindo o rio de canoa ou barco a motor, chega-se a uma das cachoeiras da cidade, a do Cleandro (passeio de um dia inteiro, que pode ser agendado em alguma agência de receptivo da cidade ou contratado no porto).

OUTRO LADO – Do porto também saem as balsas que conduzem carros e passageiros ao outro lado do rio, onde ficam as praias do Norte,  das quais se destacam a do Pontal, onde os nativos costumam surfar. Do outro lado, são feitos os passeios, em veículo tracionado (4 x 4), até a Península de Maraú e Barra Grande, entre outros. Para a a alegria geral, está sendo finalizado o trecho da BA-001 ligando a cidade à Valença, que vai diminuir  a distância Itacaré-Salvador  para cerca de 200 km. De avião, são  30 minutos até Ilhéus e cerca de uma hora de traslado de carro. Se sair do papel o projeto do novo aeroporto de Ilhéus, o transfer diminuirá  para 30 minutos.
Fonte A Tarde

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