sábado, 4 de julho de 2009

Libertas nos presídios femininos

Leitura de romances e poemas em presídio feminino muda rotina de ócio e conflitos e dá asas ao sonho

Era ali que as presas se escondiam e arquitetavam mais um de seus crimes. O nome do lugar? "Ponto cego", ao lado do pátio, onde elas tomam banho de sol. Hoje, é ali que se mostram. Se deixam ver, se reconhecem e, mesmo com as grades, os enormes cadeados e o eco que transborda, sentem-se mais livres do que nunca. O que era condenação virou libertação. Sonho, perspectiva, alguma chance. A saída. Essa é a realidade do Presídio Feminino da Coméia de Brasília, entre o Gama e Santa Maria. O sonho de um agente de polícia foi ouvido por uma voluntária. A voluntária chamou parceiros, convidou a comunidade. Contou a história para a diretora da cadeia, que se encantou com a idéia e espalhou a boa notícia entre os funcionários. Quarenta e três dias depois, tudo virou realidade.

No "ponto cego" do presídio, em setembro, foi inaugurada a Biblioteca Maria da Penha. Presas lêem, discutem literatura, se emocionam com histórias de amor. E se percebem gente em meio a livros e rumos nunca antes pensados. Enxergam horizontes muito além das grades azuis e dos muros altos com arames mortais.

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O começo dessa história fala do sonho de um agente penitenciário em fazer do "ponto cego" uma biblioteca. Pois bem. Daniel Antônio Faria contou o desejo para Carmen Gamacho, 63, voluntária do Projeto Casa do Saber, de iniciativa privada, que tem como objetivo montar bibliotecas em todos os cantos do DF. Carmen foi ao presídio. Falou da vontade de ajudar. A diretora, Suzana de Pennafort Caldas, 44, recém-chegada à Coméia, aceitou o desafio. Convocou os servidores para abraçarem o projeto. Sinal verde. Carmen correu atrás de patrocinadores. Levou a presidente da Associação dos Bibliotecários do DF, Iza Antunes, 69 anos, 47 de profissão. Estava formada a corrente que mudaria a vida daquelas mulheres trancafiadas.

Leia na Integra em Sapataria Biblioteca em Presídio Feminino

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Casa do Saber inaugura biblioteca

Símbolo da luta da violência contra a mulher, a bioquímica Maria da Penha será homenageada mais uma vez em Brasília. Desta vez, ela empresta seu nome para a inauguração da biblioteca Casa do Saber, no dia 13 de agosto, no presídio feminino do Gama (Chácara Luiz Fernandes, área especial nº 2, Setor Leste). Será a 29ª unidade do projeto Casa do Saber que visa democratizar e difundir o acesso ao livro.

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Campanha Nacional de Doação de Livros às Bibliotecas dos Presídios

 

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