Seis promotores investigam fraude na PM
Deodato Alcântara*, do A TARDE
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Seis promotores de Justiça começaram, nesta terça, dia 10, a investigar os processos de compras realizadas pela Polícia Militar (PM) junto às empresas envolvidas no escândalo de corrupção na cúpula da corporação .
A força-tarefa do Ministério Público (MP) encaminhou ofício, também, à Prefeitura do Salvador (PMS), pedindo a suspensão de qualquer pagamento às empresas ligadas ao lobista Gracílio Junqueira Santos (suposto mentor dos golpes contra Estado e PMS), principalmente no que diz respeito a compras feitas pela Guarda Municipal (GM). E vai adotar mesma providência junto ao Estado, em relação aos pagamentos para a empresa Júlio Simões Logística e empresas de Gracílio, caso haja.
As fraudes nas compras da GM já têm inquérito civil aberto e audiência marcada para o dia 13, para depoimentos de testemunhas arroladas pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do MP (Gepam), de acordo com a promotora de Justiça Rita Tourinho. Segundo ela, o MP expediu ofícios ao secretário da Segurança, César Nunes, solicitando cópias das provas colhidas nas investigações da Superintendência de Inteligência. Também, à Procuradoria-Geral do Estado e PM, pedindo cópias dos processos licitatórios desde 2005.
Durante pelo menos cinco meses, segundo o secretário Nunes, a SSP investigava coronéis e outros oficiais da PM, além do lobista e pessoas apontadas como laranjas dele. Na quinta-feira passada, foi deflagrada a Operação Nêmesis, que cumpriu 12 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão. Foram presos o ex-comandante-geral da PM, coronel Antônio Jorge Ribeiro Santana, 56, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, cel. Sérgio Alberto Barbosa da Silva e o colega de patente Jorge Silva Ramos.
Foram presos, também, outro militar, o tenente Antônio Durval Senna Júnior, o lobista Gracílio, o procurador do Estado André Thadeu Franco Bahia, a ex-gerente do Bradesco Jocélia Fernandes Oliveira, os supostos empresários Aline Cerqueira de Castro, Aidano da Silva Portugal e Sidnei Couto de Jesus (estes quatros apontados como laranjas de Gracílio) além dos executivos Jaime Palaia Sica e Willian Ochiulini Laviola (da empresa Júlio Simões, suposta corruptora).
Todos foram postos em liberdade anteontem, quando a juíza Ivone Bessa (1ª Vara Criminal), antecipou em um dia a soltura, uma vez que a prisão expiraria ontem, e não havia interesse dos delegados do inquérito na prorrogação das prisões.
Nesta terça, A TARDE tentou, sem êxito, localizá-los. Advogados alegaram que os clientes estavam em endereços diferentes dos residenciais, se recuperando do constrangimento.
Viaturas O secretário Nunes disse que não mais se pronunciaria sobre o caso, até a conclusão das investigações, em uma semana. De acordo com um assessor, a primeira fase foi concluída, com prisões, depoimentos dos envolvidos, apreensão de computadores, outros documentos, e quebra do sigilo bancário e fiscal, material já em perícia.
O assessor repetiu que o descontentamento dos coronéis da PM não teria sido o motivo para não pedir prorrogação das prisões (o secretário havia declarado isso a A TARDE, anteontem). Alegou a primariedade criminal dos suspeitos, que têm endereços fixos e bons antecedentes. "A probabilidade de a Justiça conceder a ampliação do prazo seria quase nenhuma", disse.
As viaturas continuam em uso e apenas o contrato de manutenção deverá ser modificado, a depender do entendimento do MP e da Procurtadoria-Geral. A SSP não divulgou o nome do delegado que está à frente do inquérito relativo às fraude apontadas quanto as compras da Guarda Municipal, aberto anteontem, assim como no caso do escândalo das compras na PM.
Reserva Ontem, um dia após ser libertado, o coronel Jorge Silva Ramos, que nos últimos sete anos dirigiu o Departamento de Apoio Logístico da PM unidade onde recebeu voz de prisão na quinta-feira , pediu para que seja mandado para a reserva remunerada. Ele tem mais de 30 anos na PM e faltavam 10 meses para completar o teto temporal no posto de coronel, para que fosse para a reserva ex-ofício (também atingida aos 80 anos de idade).
Colaboraram Luana Gomes e Luisa Torreão*
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1094012
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